quarta-feira, 6 de junho de 2007

Soneto de felicidade

De tudo, ao meu amor serei atento,

Antes e com tal zelo, e sempre, e tanto

Que mesmoem face do maior encanto

Dele se encante mais o meu pensamento

Quero vivê-lo em cada vão momento

E em seu louvor hei de espalhar meu

Canto e rir meu riso e derramar meu

Pranto ao seu pisar ou seu contentamento

E assim, quanto mais tarde me procurar

Quem sabe a morte, angústia de quem vive

Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):

Que não seja mortal, posto que é chama mas que seja infinito enquanto dure...

(Vinicius de Moraes)

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